Semol

Fiocruz: cobertura vacinal contra a Covid-19 está estagnada no Brasil

A nova edição do Boletim do Observatório Covid-19 Fiocruz , divulgada nesta quinta-feira, aponta que, na população acima de 25 anos, a cobertura no território nacional para o esquema vacinal completo é de 80%. No entanto, ainda há muita heterogeneidade entre os estados. O estudo indica que 14 unidades da Federação apresentam mais de 80% da população vacinada com a primeira dose e 18 apresentam mais de 70% com a segunda dose. Piauí e São Paulo têm se destacado por uma alta cobertura da vacinação desde a primeira dose.

Em relação à terceira dose, os pesquisadoras apontam para desaceleração na curva de cobertura. Nas faixas etárias acima de 65 anos, a cobertura está acima de 80%. No entanto, a taxa segue abaixo da média considerada satisfatória nos grupos mais jovens. A análise aponta cobertura de 63,9% na faixa etária de 55 a 59 anos, 57,9% na de 50 a 54 anos, 52,8% de 45 a 49 anos. O percentual diminui gradualmente: a partir de 40 a 44 anos é de 49,8%, de 35 a 39 anos é de 44,7%, de 30 a 34 anos é de 40,3%, de 25 a 29 anos é de 35,5%, de 20 a 24 anos é de 30,4% e de 18 a 19 anos é de 25,2%.

Em relação à quarta dose, a taxa de cobertura é de 17,7% faixa etária de 80 anos e mais, de 75 a 79 anos é de 12,4%, 70 a 74 anos é de 12%, de 65 a 69 anos é de 6,4% e de 60 a 64 anos é de 3,4%.

Para os pesquisadores esses dados são considerados preocupantes, já que a vacinação completa tem sido a resposta mais efetiva contra a Covid-19 no Brasil. “É importante reconhecer que a ampliação da vacinação, priorizando especialmente regiões com baixa cobertura e doses de reforço em grupos populacionais mais vulneráveis, pode reduzir ainda mais os impactos da pandemia sobre a mortalidade e as internações”, afirmam.

Embora os índices de novos casos e óbitos estejam muito melhores que no início do ano, observa-se um aumento na taxa de positividade. Nas últimas três Semanas Epidemiológicas, período de 24 de abril a 14 de maio, foram registrados cerca de 16 mil casos e 100 óbitos diários, o que corresponde a uma taxa de letalidade de 0,7%, alcançando os menores valores estáveis desde o início da pandemia.

A Fiocruz considera a vacinação de crianças de 5 a 11 anos o maior desafio atual da vacinação contra a Covid-19 no Brasil. A imunização deste público foi iniciada há aproximadamente 5 meses e a taxa continua baixa. Apenas 32% estão com esquema vacinal completo. Para primeira dose, a cobertura é de 60%.

A queda na obrigatoriedade do uso de máscaras e de outras medidas de proteção individual, como o distanciamento social, fazem da vacinação a única medida preventiva contra a doença atualmente. “O cenário atual ainda é motivo de preocupação. A ocorrência de internações tem sido consistentemente maior entre idosos, quando comparados aos adultos. Além disso, o surgimento de novas variantes, que podem escapar da imunidade produzida pelas vacinas existentes, constitui uma preocupação permanente”, alertam os pesquisadores.

Fonte: Jornal Extra