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8 de março: Dia Internacional da Mulher é momento para reflexão sobre as lutas femininas

O Dia Internacional da Mulher, comemorado em 8 de março, representa um marco comemorativo pelas vitórias e conquistas das mulheres ao longo da história, e também é momento de conscientização e reflexão sobre as lutas para acabar com as desigualdades de gênero e a violência contra a mulher.

A data foi oficializada pela Organização das Nações Unidas (ONU) em 1975, mas a luta das mulheres por melhores condições de vida e trabalho começou a partir do final do século XIX, principalmente na Europa e nos Estados Unidos.

A data é uma oportunidade para avaliar o convívio familiar e social bem como as questões relacionadas ao mercado de trabalho. A mulher ainda enfrenta dupla jornada, dividindo-se entre os cuidados com a família e a vida profissional e em muitos casos com pouco ou nenhum apoio do poder público.

A primeira brasileira a se tornar médica foi Maria Augusta Generoso Estrela. Nascida em 1860, iniciou os estudos e 1875 e recebeu o diploma em 1881, no New York Medical College and Hospital for Women, nos Estados Unidos. Naquela época, as duas faculdades de medicina no Brasil – em Salvador e no Rio de Janeiro – não aceitavam alunas.

Há algumas vitórias femininas no Brasil, entre elas o crescimento da participação das mulheres no exercício da Medicina, uma carreira tradicionalmente ocupada pelos homens, assim como em outras áreas profissionais.

O número de mulheres médicas, por exemplo, dobrou em 20 anos, segundo a Demografia Médica no Brasil 2020, realizada por meio de uma parceria entre o Conselho Federal de Medicina (CFM) e a Universidade de São Paulo (USP).

Em 1910, os homens representavam 77,7% do total da categoria e as mulheres, 22,3%. Até 1960, a presença masculina se ampliou, chegando a 87%. O quadro muda a partir de 1970, quando a presença das mulheres saltou de 15,8%, em 1970, para 46,6%, em 2020. Os médicos ainda são a maioria (53,4%), mas a diferença vem encolhendo ano a ano.

No último censo demográfico, constatou-se que nos grupos de médicos de até 34 anos, as mulheres já são maioria. Elas representam 58,5% entre os médicos com até 29 anos e são 55,3% na faixa etária de 30 a 34 anos. A presença masculina na área aumenta nas faixas etárias mais elevadas, atingindo o percentual de 79% no grupo acima dos 70 anos.

Segundo a ONU, as mulheres se destacaram na batalha contra a Covid-19, como trabalhadoras da linha de frente, atuando como cientistas, médicas, enfermeiras e cuidadoras. Apesar do protagonismo, a Organização avalia que elas recebem 11% a menos globalmente do que os colegas homens.